Alvalade
Pelourinho de Alvalade
O Pelourinho de Alvalade, construído no século XVI, “não é peça artística, como muitos outros, pois consiste apenas n’um fuste de calcareo, encimado por um pequeno come truncado. Está colocado no ângulo N.E. do edifício dos antigos Paços do Concelho, hoje escola oficial, e assenta sobre uma banqueta de 2,08 de alto, tendo o fuste 0,94 e o cone 0,64, n’um total de 3,66” (Padre Jorge de Oliveira, Nossa Terra, nº18 de 13 de Março de 1932). Aquando do terramoto de 1755, sofreu grandes danificações, pelo que perdeu parte da sua decoração.
As peças sobreviventes foram remontadas posteriormente, sobre um grande plinto quadrado e em meados do século XX foi desmontado, sendo as peças guardadas. No início do século XXI foi reconstruído e montado no centro da Praça. Está classificado como Imóvel de Interesse Público por decreto de 1933.
“Casa dos Magistrados de Alvalade”
A “Casa dos Magistrados” era o local onde possivelmente residia o corpo jurídico local, que no ano de 1708 era composto por dois juízes residentes, com a ajuda dos respectivos escrivães. O edifício possuía, como elemento identificativo da fachada principal, um brasão com coroa real, que foi destruído pelos seus proprietários, podendo ainda ser observado em fotografias antigas do século XX.
A “Casa dos Magistrados” está localizada na Rua de S. Pedro, nº 2, 4.
Antigos Paços do Concelho de Alvalade
Desconhece-se a data de construção dos antigos Paços do Concelho, embora se saiba que nas primeiras décadas do século XIX o edifício foi palco de inúmeras ocasiões importantes para a vida do município de Alvalade, como a aclamação da Rainha D. Maria II, em Junho de 1833, ou a rejeição da mesma Rainha em favor de D. Miguel, em Agosto de 1833, em plena luta entre Liberais e Absolutistas.
Com a extinção do Concelho de Alvalade, em Novembro de 1836, o edifício mudou a sua função, sendo posteriormente transformado em escola oficial de instrução primária. Esta situa-se na Praça D. Manuel I, com frente para a antiga igreja da Misericórdia, estando actualmente cedido à paróquia de Alvalade.
É um edifício de linhas simples, com um único piso sobrado. No rés-do-chão localizava-se a cadeia, cujas janelas com grades ainda podiam ser observadas na 1.ª metade do século XX.
Cercal do Alentejo
Chafariz da Rua Aldegalega
O pequeno chafariz está datado de 1921 e constitui um interessante testemunho da rede de abastecimento público de água às populações.
A sua construção utiliza um conjunto de elementos arquitectónicos neoclássicos interessantes: arco de volta-perfeita assente sobre pilastras, ático seguido por frontão triangular (onde se inscreve a data de 1921), dois apainelados laterais e duas aletas toscas.
Ermidas-Sado
Chafariz do Largo 1º de Maio
O chafariz situa-se no centro de uma grande construção octogonal períptera, que é definida por muros com conversadeiras, passagens largas e colunata arquitravada, sem bases nem capitéis.
Apresenta a forma de um padrão vertical em cantaria, de planta quadrangular, decorado nas quatro faces pelos seguintes painéis e apainelados: painel com flores e folhagem, de tratamento modernista; painel com a mesma temática; apainelado com antigo brasão do concelho, iniciais da C. M. S. C., nome da povoação (Ermidas-Gare) e pequeno apainelado com torneira; apainelado com a legenda “Obra Do Estado Novo 1943”. A base, por sua vez, forma um conjunto cruciforme, com dois poiais em cantaria, de pontas boleadas, e duas pias com a forma de semicircunferências. O chafariz é propriedade do município.
Santiago do Cacém
Pelourinho
O Pelourinho de Santiago do Cacém foi construído entre 1844 e 1845, e substituiu o antigo pelourinho do reinado de D. João V, destruído parcialmente pelo terramoto de 1755, e as obras no Hospital Velho em 1899 destruíram o restante. O atual Pelourinho de Santiago “resultou de uma encomenda que a Câmara Municipal fez ao canteiro José Miguel Rodrigues, (…) a obra dava-se por concluída e a estrutura era montada no centro da Praça Conde do Bracial. A estrutura da nova marca do poder municipal passou a assentar em três ordens de degraus, que foram seguidos de um plinto rectangular – epigrafado com a data de 1845 – e de um fuste oitavado, prolongamento de um capitel liso, rematado por um globo dividido em vários meridianos, que termina com uma cruz em ferro da Ordem de Santiago”. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Torre do Relógio – Santiago do Cacém
A torre foi construída entre 1667 e 1687, destinando-se a receber o relógio que estava numa das torres que serviam de cantoneira às casas do comendador do castelo e que, de acordo com o estado de conservação das estruturas do próprio castelo, ameaçaria derrocar.
Com o terramoto de 1755 a sua estrutura sofreu alguns danos, facto que se voltou a verificar com o terramoto de 1858, que bastantes estragos causou em Santiago do Cacém.
O exterior da curiosa torre, adossada às antigas casas da câmara, apresenta uma arquitetura maneirista tardia, caracterizada por cunhais e porta de acesso em aparelho rusticado e estrutura vertical desequilibrada.
O seu interior orienta-se por uma escada disposta em torno de um poço central quadrado – destinado aos pesos do relógio -, que depois se liga a vários patamares, até ao interior do coruchéu coberto com abóbada de barrete de clérigo
Sociedade Harmonia – Santiago do Cacém
A Sociedade Harmonia foi fundada, entre outros, por Agostinho de Vilhena, por seus irmãos ( Francisco e Joaquim ), por Cipiriano de Oliveira e por José Beja da Costa, tendo a primeira instalação sido inaugurada num prédio situado no Largo Alexandre Herculano – antigo Largo do Barreiro -, no dia 1 de Dezembro de 1847. Na segunda metade do século XIX, a Sociedade Harmonia mudou as instalações para o local onde hoje se encontra, embora tal circunstância histórica não partilhe de unanimidade cronológica entre os autores.
Contudo, a referência mais acreditada parece ser uma descrição do jornal o “Meróbriga” (18-6-1922), que pomposamente refere a colocação da primeira pedra no dia 1 de Dezembro de 1863 e a inauguração do edifício no ano de 1865, a que acresce, depois, a construção do teatro, em 1875.
No exterior do imóvel destacou-se a frontaria, de dois corpos arquitectónicos diferenciados – realçada por uma cartela alusiva à fundação do teatro, por uma balaustrada com as suas urnas e vasos cerâmicos e pelo óculo de iluminação, de caixilho raiado e centrado numa cabeça de leão – e o alçado lateral direito, com as suas portas envidraçadas e o seu comprido terraço, cintado por um elegante gradeamento em ferro fundido. No interior, sobressaem os silhares de azulejos do corredor, de produção oitocentista e a envelhecida “Sala dos Espelhos”, dependência decorada com apainelados e espelhos de várias dimensões, cabeças de leão e guirlandas de flores, num claro sabor classicizante.
Classificado como monumento de interesse municipal Anúncio nº 71/2021, publicado no Diário da República, 2ª série, nº 74, de 16 de abril de 2021
Palácio e Tapada dos Condes de Avillez – Santiago do Cacém
A construção do palácio foi efetuada na segunda metade século XIX, provavelmente sob a orientação do 2º Conde de Avilez Jorge de Avilez Jusarte de Sousa Tavares ( 28-V-1817 ), ou então já ao gosto do seu filho Jorge de Avilez Salema Jusarte ( 31-1-1842 / 4-12-1901 ).
A frontaria do edifício, a mais interessante orientação do conjunto arquitectónico, apresenta uma divisão em dois registos distintos, diferenciando-se o primeiro por possuir várias janelas e portas escalonadas em torno de um corpo central vertical (o espaço verticalista da porta principal), enquanto o segundo se destaca por possuir várias janelas de sacada, com gradeamento de ferro fundido. O conjunto termina com uma platibanda corrida, interrompida por um frontão curvo onde se observa a pedra de armas dos Condes de Avilez.
A tapada do palácio, perímetro cercado entre a barbacã do castelo e as traseiras do palácio, foi transformado, por sua vez, num espaço de lazer e de retiro espiritual, ambiente que levou à criação de três interessantes espécimes arquitetónicos: um pequeníssimo challet suiço ( a “Casa de Chá” ), uma capela revivalista e ecléctica e uma curiosa construção triangular, denominada de “Estufa”.
O challet suíço, de dimensões reduzidíssimas, foi construído nos anos 20/30 do século XX, por Jorge Ribeiro de Sousa – o afilhado e herdeiro da viúva do 3º conde -, tendo recebido uma planta trilobada e um portal manuelino retirado das ruínas do castelo, ao mesmo tempo que fazia par com a construção da “Estufa”, de planta triangular e equilátera. A capela particular, construída em 1902 e dedicada ao padroeiro S. Jorge, procurou criar a imagem de uma pequena catedral, com as suas altas torres e portal em arco quebrado, a que se juntava um remate de um grupo escultórico brasonado com as armas dos Condes de Avilez.
Palácio da Carreira
O Palácio da Carreira, construído nos finais do século XVIII, constitui um dos mais caraterísticos solares tardo-barrocos do Alentejo, destacando-se tanto pelas dimensões como pela exuberância decorativa de fachadas e interiores.
Do conjunto arquitetónico, que inclui o palácio e os jardins e pátios anexos, faz parte um dos mais ricos acervos de azulejaria oitocentista do país. Nos interiores, os painéis de azulejos somam-se aos revestimentos de pinturas murais combinando o gosto ecléctico caraterístiscos do reinado de D. Maria I com composições claramente neoclássicas, que aqui se substituem ao barroco tardio.
Entre a produção azulejar devem referir-se ainda os painéis do pintor Luís Ferreira, conhecido por “Ferreira das Tabuletas”, possivelmente efectuados na Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego, em Lisboa. Classificado como Monumento de Interesse Público.
Casa Lobo de Vasconcellos
Situada no Centro Histórico da cidade é conhecida pelas designações de: Casa de Santiago, Casa do Prior, Antiga Casa da Colegiada ou Antiga Casa do Prior Bonifácio Gomes de Carvalho.
Casa nobre de raiz seiscentista, embora a sua configuração atual decorra da reconstrução após ter sido danificada na sequência do terramoto de 1755.
Classificação como Monumento de Interesse Público