Centro Histórico do Cercal do Alentejo
O Centro Histórico do Cercal do Alentejo “apresenta um traçado sinuoso e serpenteante, que desemboca repentinamente nos cabos do povo, nos terrenos aráveis ou olival, dos quais apenas as fiadas de casas nos separam.
Traçado orgânico e também racional, uma vez que optimiza a ligação direta às terras de cultivo, formando nesse processo vias de comunicação onde se foram implantando as construções em banda, permitindo assim, uma vizinhança, sociabilidade e interajuda prontas e também o quintal traseiro, tão importante para guardar alfaias, animais ou para as culturas mimosas – formando assim a outra característica da urbanidade do Cercal.
Construções em banda, definidoras de espaço-canal confluentes em pontos-de-encontro como o entroncamento, o cruzamento, o largo. No seu cerne a confluência das ruas cria o logradouro-quintal, antevisão do quarteirão ortogonal citadino-burguês. O quintal desenvolve-se radialmente na direcção dos terrenos agrícolas.
A malha é deste modo, potenciador e fruto da atividade económica secularmente predominante no Cercal – a agricultura. Na verdade este núcleo primitivo e mais sedimentado, está inclusivamente arredado de um pólo aglutinador tradicional – a igreja, só mais recentemente rodeada pelo povoado, pois segundo testemunho do Padre Cardoso, “a paróquia dedicada a Nossa Senhora da Conceição está fora do povo”.
Deve em tempos mais recuados ter disposto de um largo maior ou rossio, cujo vestígio toponímico ainda existe, possivelmente ocupado pelo quarteirão irregular, estranho a esta malha radial – estruturada e definida pelo quotidiano da população rural.
A ocupação em banda espraiou-se também ao longo das vias mais importantes de ligação aos outros povoados, mormente em direcção a Sul, na estrada que ligava o Algarve a Setúbal, em bom funcionamento já desde o tempo de D. Maria.
Centro Histórico de Alvalade
O Centro Histórico de Alvalade corresponde à dimensão da vila há mais ou menos cem anos atrás. Inclui, evidentemente, o seu núcleo mais antigo, onde se notam vestígios arquitetónicos de época romana. “A Rua de Lisboa, onde teriam sido erguidas as primeiras casas, na proximidade da Igreja Matriz, do século XV, templo que teria vindo a ser por diversas vezes remodelado, mas que corresponde do ponto de vista simbólico à fundação matricial, com o antigo cemitério no seu adro e como que projetando-se sobre as várzeas amplas e férteis de Campilhas e do Sado.” “A malha urbana do núcleo histórico, de cariz medieval tem como núcleo central a Praça D. Manuel I, coração da vila. Representava o centro cívico da povoação onde se localizavam as principais instituições. No centro da Praça localizam-se o Pelourinho Manuelino do século XVI, a capela da Misericórdia do século XVI, de influência maneirista e o edifício dos antigos Paços do Concelho.”
Centro Histórico de Santiago do Cacém
O Centro Histórico de Santiago do Cacém “localiza-se na encosta Este do cerro do Castelo, edificação atribuída ao período islâmico que forma um conjunto monumental com a Igreja Matriz do séc. XIII, ambos monumentos nacionais. O antigo centro nevrálgico da cidade, estendendo-se harmoniosamente pela encosta voltada ao sol nascente, constitui um valioso património arquitetónico com as suas ruas estreitas e íngremes e casas senhoriais.” No Centro Histórico de Santiago do Cacém encontra-se o Pelourinho de Santiago, os Antigos Paços do Concelho, a Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém e o Hospital do Espírito Santo, entre outro património arquitectónico e arqueológico. Este Centro Histórico, conta com um Plano de Pormenor, que visa requalificar o centro histórico através da manutenção e recuperação do edificado e espaços públicos.