Abela
Igreja paroquial da Abela
Começou a ser construída em Novembro de 1901, como cumprimento de uma promessa eleitoral feita por um dos notáveis de Santiago do Cacém, embora as obras de construção fossem interrompidas logo após a implantação da República (1911), sendo apenas retomadas na década de 60/70 do século XX, altura em que foi terminada.Segundo alguns, a construção iniciou-se devido à ação dos condes de Avilez, podendo o seu traçado ser atribuído a Augusto Fuschini (1843-19?), deputado por Santiago do Cacém no final do século XIX e um dos principais restauradores românticos da Sé de Lisboa.
A igreja destaca essencialmente a sua fachada principal, pela sua altivez e imponência, com a torre apontada ao céu, o seu portal, o seu óculo, as suas janelas geminadas e as suas frestas. O interior é muito amplo mas simultaneamente muito simples, com uma decoração de azulejos neoseiscentistas de padrão policromo.
Alvalade
Igreja Matriz de Alvalade
A igreja matriz de Nossa Sr.ª da Conceição data dos finais do século XV ou dos inícios do século XVI, sendo de estilo manuelino.
Neste edifício destaca-se exteriormente a forte torre sineira, a janela em arco quebrado de iluminação do coro-alto, o portal manuelino rematado em cogulho, a antiga pedra de armas do concelho e ainda a sua abside poligonal, com contrafortes e merlões cónicos originais. No interior merece destaque o arco-cruzeiro manuelino, a capela-mor abobadada e o retábulo de talha dourada do século XVIII. Classificado como Monumento de Interesse Público.
Igreja da Misericórdia de Alvalade
A igreja da Misericórdia foi construída em 1570, muito provavelmente com o dinheiro ou os rendimentos deixados pela ação mecenática de um devoto chamado Fructuoso Pires, que se encontra sepultado no seu interior. Com a passagem para o concelho de Aljustrel, após o ano de 1855, a Misericórdia foi declarada extinta, de acordo com o alvará do Governo Civil de Beja, datado de 4 de Agosto de 1861.
De linhas maneiristas e de uma só nave, o edifício destaca-se exteriormente pela fachada voltada para a praça principal (onde estão duas inscrições, uma das quais referente a uma passagem do Antigo Testamento e outra com a data de 1570) e ainda pelos seus elementos arquitetónicos: contrafortes, platibanda de merlões e cúpula hemisférica com lanternim. No seu interior destaca-se apenas o arco-cruzeiro maneirista, a capela-mor e a sepultura do mecenas da construção, Fructuoso Pires.
Capela Nova de Nossa Sr.ª do Roxo
A capela foi mandada construir cerca da segunda metade do século XX, por Manuel Mendes Colaço, então proprietário da herdade do Roxo. É de uma só nave, tem pia baptismal e está forrada por um silhar de azulejos com símbolos cristãos e alegóricos, além de apresentar um painel lateral com a Sagrada Família e outro central com a imagem de Nossa Sr.ª da Conceição, a quem parece ser dedicada.
Possui ainda, na fachada principal, cantarias da antiga ermida de Nossa Sr.ª do Roxo, nomeadamente estelas manuelinas com diferentes cruzes da Ordem de Santiago, um fecho de abóbada manuelino no frontão triangular e, junto da soleira da porta, um painel retangular visigótico, do séc. VII, com decoração geométrica. Numa outra casa do monte da herdade, encontra-se a lápide sepulcral de João da Silva, de sua mulher e dos seus herdeiros, a servir de soleira de porta.
Está localizada no monte da herdade do Roxo.
Cercal do Alentejo
Igreja matriz de Nossa Sr.ª da Conceição
Não se conhece com exatidão a origem da fundação da igreja matriz – que então se deveria chamar de Santa Maria –, embora se saiba que a atual construção data do século XVIII. No século XIX, o templo recebeu alguns melhoramentos, nomeadamente, a pintura da abóbada da nave com a representação de Nossa Sr.ª da Conceição, pintada em 1889 pelo pintor setubalense F. A. Flamengo.
A arquitetura exterior destaca a fachada principal, com o seu portal em cantaria – onde se observa a cruz da Ordem de Santiago – e a alta torre sineira, com o seu interessante cata-vento. No interior da única nave abobadada em berço, destacam-se os altares laterais com as suas imagens, o baptistério com o seu revestimento de azulejos pombalinos de estilo rococó e ainda o retábulo-mor joanino, onde se pode encontrar a única imagem antiga de todo o concelho do apóstolo Santiago.
Ermida da Fonte Santa ou Bica Santa
A ermida da Fonte Santa ou Bica Santa encontra a sua origem numa lenda seiscentista, que refere o aparecimento da Virgem a uns pastorinhos que estavam cheios de sede e que por ela haviam chamado. Nesta sequência, a Virgem fez brotar uma nascente de água de uma pedra e nela deixou a sua pegada.
Desta forma a água da nascente passou a ser considerada milagrosa, começando por se construir apenas uma pequena edícula, com nicho e frontão, e um tanque para se banharem homens e animais.
Com o intensificar das romagens ao local, no dia 15 de Abril, a construção foi certamente surgindo, dando origem à pequena ermida ou capela. Atualmente a pegada não é visível, mas está situada no local de onde brota a nascente de água.
Ermidas-Sado
Igreja de Ermidas
Na sequência do crescimento apresentado pela povoação e após a sua passagem a freguesia em 1953, houve a necessidade de a dotar de templo adequado para a população residente: desta maneira, surgiu, em Março de 1956, a igreja da freguesia de Ermidas-Sado, fruto da obra mecenática da Sociedade Industrial Alentejo e Sado, Lda.
De construção simples e despojada, a igreja foi dedicada a Nossa Sr.ª da Conceição, baseando-se num modelo de templo de pequenas dimensões, com alpendre na fachada principal e corpo de uma só nave, um exemplo aliás bastante difundido pela arquitetura portuguesa dos anos 50.
Santa Cruz
Igreja de Santa Cruz
Já existia no primeiro quartel do século XVI, tendo sofrido as consequências devastadoras do terramoto de 1755 e do terramoto de 1858, sismo que por sua vez a deixou profundamente arruinada, alterou-lhe a tipologia e obrigou os moradores da freguesia a assistirem à missa na destruída igreja de Nossa Senhora do Monte, em Santiago do Cacém.
No seu interior podem ser observadas algumas imagens setecentistas de boa qualidade – como o menino Jesus do século XVIII, de grande afeição popular –, os magníficos estuques oitocentistas da abóbada da capela-mor e o excelente Cristo crucificado do altar-mor, escultura em pedra dos finais do século XV ou de inícios de XVI – que glosa a denominação do orago –, da autoria de um escultor português que trabalhava à maneira nórdica ou de um escultor nórdico, eventualmente flamengo, que trabalhou em Portugal durante a época dos Descobrimentos.
Santiago do Cacém
Igreja matriz de Santiago do Cacém
A maior parte dos autores atuais afirma que o templo foi construído pelos cavaleiros espatários no decurso do século XIII, eliminando as hipóteses que os autores antigos atribuíam à fundação pagã do templo – fenícia, grega ou romana –, que era fundamentada pela iconografia apresentada pelas arcadas das naves.
Na primeira metade do século XIV, o templo foi provavelmente beneficiado a expensas de D.ª Vataça Lascaris, donatária bizantina que deteve a comenda de Santiago do Cacém entre 1310 e 1336. No ano de 1530, aquando da comendadoria de Alonso Peres Pantoja, o templo recebeu uma profunda intervenção. No entanto, passados alguns séculos, a igreja acabou por ser alvo de duas novas intervenções: uma ocorrida em 1704, no tempo de D. Pedro II, e outra entre 1796 e 1830, esta última devida ao terramoto de 1755. A intervenção modificou a orientação da igreja – a entrada passou a fazer-se então pelo local onde estava a capela-mor – e as dimensões que até então detinha.
No final do século XIX, concretamente em 1895, a igreja foi palco de um incêndio, que provocou alguns estragos, sendo seguido de um outro, em 1912, que levou à transferência da paróquia para a igreja da Misericórdia. Em 1933, o arcediago António Rebelo dos Anjos, precavendo-se contra futuras destruições e incêndios, mandou renovar o interior – principalmente a capela-mor e os altares laterais – e o exterior da igreja.
O exterior do edifício destaca-se pelas imponentes linhas barrocas tardias, dirigidas por uma orientação verticalista, que privilegiou a marcação externa das três naves, e pelo movimentado frontão, de forte cariz cenográfico – com referências aos atributos do apóstolo Santiago. No alçado lateral Sul, destaca-se um portal gótico dos séculos XIII/XIV, denominado de Porta do Sol, onde prevalece uma figuração zoofitomórfica.
No interior pode-se observar as abóbadas manuelinas da antiga capela-mor e das naves laterais ou as arcadas quebradas, com a sua hermética iconografia cristã. A par destes elementos, podem também ser vistos os altares laterais, os azulejos do século XVII e o famoso alto-relevo gótico representando Santiago combatendo os mouros, obra de escultura do século XIV, muito provavelmente oferecida por D.ª Vataça Lascaris.
A igreja está classificada como Monumento Nacional desde 1910. A Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais tem vindo, nos últimos anos, a beneficiar esta igreja com sucessivas obras de conservação e restauro.
Foi o desejo de dar a conhecer um espólio secular, entrosando com a história da igreja matriz, que levou a Câmara Municipal e a Diocese de Beja a unirem esforços para a organização do núcleo museológico do Tesouro da Colegiada, que abriu as suas portas ao público no dia 25 de Julho de 2002.
Horário : das 9h00 às 12h00 e das 13h00 as 17h00, de terça-feira a sábado. Encerra segundas-feiras, domingos e feriados.
Igreja da Misericórdia de Santiago do Cacém
A generalidade dos autores refere que a igreja foi construída nos finais do século XV ou nos inícios de XVI – altura em que o manuelino se afirmava –, acrescentando, no entanto, um dos investigadores locais, na sua obra Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém, que foi a família Estaço, nomeadamente João Estaço, quem a fundou, embora não o fizesse sozinho, mas na companhia de outras famílias da vila.
Em 1678, o templo sofreu a sua primeira reedificação pela mão do provedor Cristóvão de Brito Varela – conforme a inscrição colocada num dos arcobotantes, seguindo se lhe uma outra, após o terramoto de 1755, pela mão do provedor Miguel Inácio Falcão Beja, que, para o efeito, empenhou todos os seus bens. Em 1895, a igreja incendiou-se; porém, tal facto não trouxe modificações importantes para o templo.
No conjunto da sua frontaria, onde antigamente estava situada a antiga capela-mor manuelina, que foi invertida com a reconstrução do século XVIII, destaca-se o alto portal e o janelão barroco – em cuja verga foi colocado um medalhão com as cinco chagas de Cristo –, a par da desenvolvida e larga escadaria de acesso, lajeada com vários fragmentos de lápides sepulcrais. Noutro local, nomeadamente no seu alçado lateral esquerdo, foram construídos três interessantes arcobotantes, dois dos quais servindo de moldura a um pequeno portal manuelino, sem esquecer o exterior da capela-mor, onde também se pode observar um lintel manuelino, sobrevivente do terramoto. Classificado como Monumento de Interesse Público.
Capela de São Pedro
O templo foi construído no século XVI, desconhecendo-se até ao momento a data do início das obras, o nome do fundador, as reconstruções ou os motivos que levaram à sua construção, por sua vez baseada num modelo caracterizado pela justaposição de dois módulos arquitectónicos diferenciados: a galilé ou nartex e a capela.
A galilé ou nartex – galeria com arcadas adossadas à fachada principal – serviu em outros tempos para dar apoio aos romeiros e peregrinos das procissões e festas em honra de São Pedro. A capela – incendiada em 1895 –, por sua vez, apresenta linhas muito simples, com portal em cantaria e óculo no frontão, definindo uma só nave abobadada e uma cabeceira composta por sacristia e capela-mor, esta com cobertura de cúpula.
No seu interior pode ser observado um registo de azulejo de João Paulo II, da década de oitenta do século XX, e a imagem do orago, um São Pedro do século XVIII.
Capela das Almas
O templo foi fundado em 1630 pelo padre Sebastião de Matos, pároco de Santo André e freire professo da Ordem de Santiago. A sua frontaria possui uma ligeira orientação vertical, apresentando um portal de moldura rectangular sem qualquer decoração. Este é seguido de uma janela de iluminação do coro-alto e de um frontão angular interrompido, onde foram colocadas duas urnas e um campanário.
No seu interior destaca-se a sepultura em campa rasa do beneficiado Manuel de Oliveira Bello, datada de 1742, benfeitor da Confraria das Almas, e o retábulo da capela-mor, obra policromada e dourada, da segunda metade do século XVIII. Neste retábulo pode ser observada a imagem de um grande Cristo crucificado, colocado no centro da tribuna, nalguns documentos designado por Senhor do Bonfim, e ainda as imagens de Santa Bárbara e Santo Estêvão.
Casa e Portal da Colegiada
Situada na Rua Padre António Macedo, o edifício foi adquirido e reconstruído pela colegiada da igreja matriz de Santiago do Cacém – constituída por seis beneficiados professos na Ordem de Santiago – para residência dos freires beneficiados e para acolhimento de um pequeno seminário, circunstância que, segundo a data do lintel do portal, parecem ter ocorrido em 1733. No exterior da construção destacam-se o excelente e despojado portal, com a verga epigrafada pela expressão siglada – ainda por decifrar, mas provavelmente relacionada com a instituição da nova casa da colegiada – D. B. F. D. P. 1733, e a cartela relevada com uma cruz da Ordem de Santiago, marca de posse do edifício. No interior da habitação, registam-se duas arcadas quebradas góticas, indicadores de uma antiga construção medieval. Para além disso, foi recentemente descoberta uma torre adossada ao edifício, provavelmente do século XVII, que denuncia uma forte influência da arquitetura militar. Nela se destaca uma enorme cartela esgrafitada, com uma decoração de óvulos e losangos e uma reserva com a cruz da Ordem de Santiago.
Convento do Loreto
O convento do Loreto foi fundado, segundo a opinião de alguns autores, em meados do século XV, embora outros refiram que a fundação ocorreu no início do século XVI, no local onde já existia uma ermida dedicada a Nossa Senhora do Loreto.
No entanto, aquilo que se verifica é que a sua fundadora foi D.ª Catarina de Noronha – falecida em 1490 –, mulher de Pedro Pantoja, comendador e alcaide de Santiago do Cacém e donatário da comenda de Tavira.
No reinado de D. Manuel, o convento foi sujeito a grandes obras de beneficiação ou de reconstrução, como comprovam os muitos e ricos vestígios das cantarias manuelinas que hoje se encontram depositadas no Museu Arqueológico de Sines. A casa destinava-se a receber uma comunidade que comportava até um máximo de 12 frades franciscanos, dispondo a igreja do convento de uma só nave e de quatro capelas laterais, onde se veneravam imagens de grande qualidade. Em 1834, o convento foi extinto e a propriedade vendida a particulares. Atualmente está em ruínas.
Ermida de São Sebastião
A capela de São Sebastião foi construída no século XVI, apresentando como características arquitectónicas principais a nave única, a sacristia adossada à capela-mor e a cúpula hemisférica na cobertura da ousia. Com o terramoto de 1755, a capela ficou arruinada, tendo permanecido durante anos sem ser reconstruída, devido ao seu fraco rendimento. No século XX, sofreu obras de restauro e reconstrução, que lhe deram, sobretudo, a atual configuração da fachada.
A localização que apresenta – visto que se ergue numa elevação fora da cidade – deve-se, seguramente, à necessidade de assegurar uma proteção eficaz contra as pestes que ciclicamente grassavam em Portugal e que também atingiam esta região.
Ermida de São Brás
A ermida remonta provavelmente aos séculos XIII/XIV, embora as caraterísticas atuais sejam típicas do século XVI. Na sua configuração, a capela apresenta os vestígios daquilo que teria sido uma galilé (alpendre) para receber os peregrinos e devotos vindos a São Brás, destacando o seu portal em cantaria, a fachada lateral direita com os seus contrafortes e porta travessa, a única nave, a sacristia e a capela-mor, de cúpula hemisférica quinhentista.
Do seu espólio resta uma imagem truncada de São Brás, datada do século XIII/XIV e depositada no Museu Municipal.
A ermida encontra-se enquadrada nas ruínas romanas de Miróbriga, classificadas como Imóvel de Interesse Público desde 1940.
Oratórios dos Passos da Paixão
Eram possivelmente sete os oratórios que assinalavam a procissão do Senhor dos Passos em Santiago do Cacém, muito embora apenas se referissem cinco no ano de 1742, dos quais actualmente apenas subsistem dois. Estes – situados no final da Rua Padre António de Macedo e Silva (adossado à parede de um quintal) e no final da Rua Dr. Francisco Beja da Costa – apresentam, respetivamente, um altar em alvenaria e tijoleira, a que se segue uma moldura (onde estavam pinturas setecentistas alusivas às cenas da Paixão), rematada por um cruzeiro de tabuleta ou apenas uma edícula emoldurada e centrada por uma cruz. No exterior da igreja matriz, do lado sul, também se pode encontrar uma cruz de tabuleta que, tal como os dois oratórios, também fazia parte do percurso.
São Bartolomeu da Serra
Igreja de São Bartolomeu
De fundação muito antiga, a igreja da aldeia de São Bartolomeu da Serra revela-se hoje com caraterísticas setecentistas, das quais se salientam a torre sineira e o alçado lateral direito, com as suas portas e frestas.
No interior descobre-se a sepultura em campa rasa do padre André Luís Beltrão, freire do hábito de Santiago, que faleceu em 1649, o arco cruzeiro com a sua iconografia medieval (uma vieira e um cordão de hábito religioso), um conjunto de imaginária, datada maioritariamente do século XVIII e distribuída pelos vários altares laterais, e o interessante retábulo da capela-mor, executado no ano de 1791, por vontade do pároco José da Silva Frias e do capitão da companhia da freguesia Manuel Gonçalves Serrão.
No entanto, a marca de maior antiguidade do templo encontra-se precisamente na primitiva imagem do orago – São Bartolomeu –, que foi realizada em pedra calcária (séc. XIV) e que atualmente se encontra na residência paroquial de Santiago do Cacém.
Entre os anos de 1848 e 1857, foi pároco da igreja o padre António de Macedo e Silva, autor da importante obra Annaes do Município de Santiago de Cacém.
São Domingos da Serra
Igreja de São Domingos
Considerada um templo do género rural manuelino, conserva ainda no portal principal e na janela de iluminação do coro alto (ambos em arco quebrado desprovido de decoração) as marcas da influência do estilo gótico. Com o terramoto de 1755, a igreja sofreu bastantes padecimentos e ficou por recuperar durante muitos anos, factos que hoje se conhecem graças à minuciosa descrição que o pároco de então efectuou.
Do seu recheio destacam-se as inúmeras imagens dos séculos XVII e XVIII, a pia manuelina de água-benta, os altares laterais do período setecentista, os relevos rococós da caixa de madeira do púlpito e o interessante retábulo da capela-mor, eventualmente pintado no ano de 1765, por João Filipe da Fonseca, de Vila Nova da Baronia, realizado também no prolífico estilo rococó.
São Francisco da Serra
Igreja Paroquial de São Francisco
A igreja de São Francisco da Serra é um edifício de nave única, remontando a sua construção provavelmente ao primeiro quartel do século XVI. No entanto, a sua grande riqueza reside nos frescos dos séculos XVI e XVII, que podem ser observados, respectivamente, na edícula do altar-mor, com temática relacionada com a adoração do Santíssimo Sacramento – anjos com turíbulos, vestidos à moda de quinhentos, adoram o Santíssimo Sacramento –, e numa dependência do exterior, onde se observam um conjunto de imagens que fazem parte da temática da genealogia de Cristo, neste caso da figuração da Árvore de Jessé.
No seu interior estão sepultados dois indivíduos falecidos no século XVIII: o padre Diogo Dias Simões, freire professo da Ordem de Santiago, e José Dias Ramos, que deixou à igreja 173$000 réis de foro, para gastos de azeite nas candeias que alumiavam o Santíssimo Sacramento.
Santo André
Igreja Paroquial de Santo André
A igreja paroquial de Santo André tem existência confirmada pelo menos desde o primeiro quartel do século XVI, altura em que o manuelino se afirmava nas construções nacionais e deixava marcas em quase todos os templos do País: desta maneira, a antiga ermida de Santo André também não escapou a esta regra.
Na segunda metade do século XVIII, a igreja possuía três altares (Santo André, Nossa Sr.ª do Rosário e São Geraldo) e duas irmandades, a do Rosário e a das Almas. Entre 1815 e 1839, o templo foi reedificado, devido à ruína provocada pelo terramoto de 1755, tendo sofrido posteriores destruições com o terramoto de 1858.
A sua arquitetura destaca no exterior a fachada principal, com a sua torre sineira e o seu frontão barroco tardio, e, no interior, o portal do baptistério – peça manuelina que ostenta o brasão da Ordem de Santiago e a cruz de Santo André e o retábulo do altar-mor, de influência tardo-rococó.
Igreja e chafariz de Nossa Sr.ª da Graça
A igreja de Nossa Sr.ª da Graça foi erguida em meados do século XVIII, perto de um local que possuía uma nascente de água considerada milagrosa. A sua arquitetura exterior destaca a galilé e o frontão apontado ao céu, enquanto no interior da sua única nave se pode ver um magnífico conjunto de azulejos de estilo rococó, com cenas da Anunciação e da criação de Adão por Deus Pai, que podem ser atribuídos à oficina do pintor Francisco Jorge da Costa. O retábulo policromado da capela-mor e a excelente imagem da Senhora da Graça, do século XVIII, constituem outro espólio importante da igreja.
O chafariz de Nossa Sr.ª da Graça data da mesma altura da construção da igreja, tendo sido construído em alvenaria e cantaria, ficando a sua obra destinada a perpetuar e a glorificar as virtudes medicinais da água da nascente. Classificado como Monumento de Interesse Histórico e delimitada a Zona Especial de Proteção.
Vale de Água
Igreja de Vale de Água
Dedicada ao taumaturgo Santo António, a igreja foi fundada em 13 de Maio de 1989, tendo-lhe sido acrescentada a capela mortuária em fins de 1996/inícios de 1997. Esta foi realizada a partir do projeto do arquiteto municipal João de Sousa.
De planta em cruz latina, apresenta a particularidade da capela mortuária e respetivas dependências se encontrarem adossadas à capela-mor, permitindo transformar a cabeceira num elemento arquitectónico de forma radiante (composta por abside e dois pequenos absidíolos).